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Lucy, 25. ruiva. míope. insone. prolixa. rock star. jornalista. paulistana. mochileira. aquariana. degustadora de capuccinos. gosta de inventar palavras. anda aprendendo a fazer silêncio. mãe do Elvis, o poodle de olhos verdes. exímia contadora de piadas de pontinho. dubla rock´n roll suicide, do david bowie. não quebra ovo, muito menos separa clara e gema. ama bolsas de paninho, livros, músicas, cinema e outras coisas belas. não toquem no meu queixo, não me chamem com diminutivos ou de "minha filha". sushis? panelada? dreads? perucas e fone de ouvido compartilhados? no, thanks. o primeiro bombom que pega na caixa sempre é o quadradinho - geralmente, o mundy avelã. and walks on the wild side [tu turu, tututu turu turu...]
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21.2.06
Por motivos de força maior, a publisher desse blog, que é verdadeiramente VIP, se ausenta por alguns dias.
- Vai que o Mick me reconhece, né.
Sugar kisses,
E até a volta, leitores assíduos.
rolling stones, oh no! not you again
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17:07 |
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20.2.06
Sobre forçar a barra
Ou: Chover gelo no whisky de JK was too much for me.
Na semana em que Lucy está atormentada com o fim do horário de verão - e a possibilidade concreta de dormir todos os dias às 2 da madrugada, assistindo Lost -, na semana em que comprei a saia e a bolsa de-fi-ni-ti-vas da minha vida [preciso de um lenço étnico ou metros de pérolas falsas para acompanhar o look] e na semana do show dos Rolling Stones, em que nos cansamos de ouvir trocadilhos complexos como "as pedras estão rolando / vão rolar / continuam rolando / são velhas, mas rolam"... e em que o público não se empolgou, mesmo com o Mick suando a camisetinha com brilhinhos pra balançar a galera...
...e o que eram os 4 MIL VIPS na frente do palco? VIP que é VIP, darling, não se mistura com 4 THOUSAND PEOPLE. Oh, vocês ainda têm muito a aprender. Ao menos o Nando Reis deve ter assistido ao show dos Stones, pra COPIAR os modelos do Keith Richards: todo mundo já notou [até eu, Glória Pires, a Rutinha e a Raquel] que ele copia DESCARADAMENTE o visual e até a dancinha do Keith, sem sucesso. [Haha, Lucy strikes again.]
- Nando é o da direita, com o chapéu do Bono.
Sim, enfim, no dia em que é acordada pelos vizinhos tocando, no último volume, a latina "Volareeee, ôô... Cantareeee, ôôô..." [ui.], Lucy, 23, rockstar e verdadeiramente VIP, interrompe seu sono reparador com colágeno e macadâmia [adoro essa palavra] para, abnegadamente, postar para os leitores assíduos e gratuítos do blog.
Começaremos com uma charada para os iniciados.
Pergunta enigmática do dia:
- Bidê ou Balde?
- Balde.
[...]
Antes do post propriamente dito, preciso compartilhar com vocês minha nova descoberta interessante: a voz de mãe.
Vocês, obviamente, já devem ter observado que as mães têm uma coisa que chamamos de "voz de mãe". Variadas vezes já me peguei refletindo: "Será que quando eu for mãe, eu vou ter uma voz assim, tipo, de mãe, que nem as outras?". Hum. Explico.
É só vocês sacarem quando uma mãe tá chamando o pivete dela de uma janela ou no meio da rua. Ah, geralmente o pivete tem um nome composto. Aqui no prédio tem um monte e nas ruas próximas também. As mães sempre têm uma entonação nervosa, um ritmo cadenciado e uma voz particulares, como:
- Jairo Filho! Ô Jairo Filho!
- Raiâni! Ô Raiâni! Volte aqui, Raiâni!
[...]
Oh, o post.
Ultimamente venho notando a falta de ousadia e perspicácia de publicitários, fabricantes e pessoas em geral em inovar os NOVOS produtos com NOVOS nomes, forçando a barra. Explico. Dia desses, a Ana Maria Braga estava ensinando a fazer um brigadeiro de queijo no programa dela. Sim, cara, você leu certo: BRIGADEIRO-DE-QUEIJO. Gente, concentração. Vocês não acham que as coisas seriam mais simples se ela, tipo, trocasse o nome, inventasse um nome novo? Ns minha humilde opinião, acho que tudo estaria resolvido se ela chamasse de Doce de Queijo, Bolinho de Queijo, Queijinho Redondinho, Queijo Frito, sei lá, whatever. Imaginação, gente. Mas NÃO. Ela vem e batiza a coisa de BRIGADEIRO, impunemente. E ela perguntou o que os brigadeiros achariam disso? Ela perguntou o que os fãs de brigadeiro pensariam? Não. E se uma criança pequena e ingênua vê um programa daquele? Ela cresce achando que pode existir brigadeiro de outra coisa que não seja chocolate, o que é um absurdo.
- No Globo Repórter dessa noite, vejam, com exclusividade, um fato raro na natureza: o legitimo brigadeiro de chocolate com verdadeiros granulados de chocolate, ainda intocado pelo homem. Não aceitem imitações.
É que nem a polêmica e instigante Lasanha de Cream Craker. Ó, desde quando eu era di menor, eu já sabia que lasanha SEMPRE, quer queira quer não*, é composta de massinha, presunto, queijo, massinha, molho, presunto, queijo, massinha, molho e queijo parmesão ralado para gratinar no forno médio. Às vezes, o queijo + presunto é substituído por frango, berinjela e outras variações. O molho é vermelho ou branco. E SÓ. Mas cream craker intercalada com creme de galinha, pra mim, é demais da conta, vamos combinar. Não é lasanha. Inventem o nome que quiser, mas um troço desses, que sequer deve ser levado ao forno, não pode ser chamado de lasanha. Não sobra NENHUM elemento do original, e você ainda coloca O MESMO NOME no prato? Oh, come on. Pra ser sincera, eu não quero nem comentar.
UPDATE: Segue a foto do SALAME DE CHOCOLATE, sugerido por Jaq nos coments. Cara, como eu tinha me esquecido, é uma das deturpações alimentícias mais célebres! Terrible.
- Iga, ughti.
Parto do raciocínio simples de que, pessoal, se é uma OUTRA coisa, coloque logo outro nome, né, não custa nada. Criou um prato legal? Great. Manda uma cartinha pra Ana Maria. Mas não diga que é BIFE de soja [até onde sei, BIFE é só, e somente só, de carne] ou ESTROGONOFE DE CHOCOLATE [como eu já vi na Ana Maria também]. Medo, tensão, pavor. É que nem: "Olha, pessoal, hoje nós vamos fazer esse Frango de Peixe, que é uma delícia, acompanhado desse Arroz de Fécula de Batata! Anotem os ingredientes...". Fica bizarro, não fica legal, não convence. Podem me chamar de antiquada, mas não sou dada a esses arroubos modernos na cozinha, no nosso lar.
* eu sempre quis usar essa expressão no blog, "quer queira quer não".
[...]
Esse questionamento nos faz repensar os paradigmas alimentícios modernos da sociedade contemporânea. O que nos faz chamar um Batom Garoto UVA de BATOM GAROTO? Mas o batom garoto não era pra ser CHOCOLATE, até onde sei? O que une a uva ao chocolate, o que têm em comum? Essa e outras perguntas nos inquietam, efetivamente.
Perdi o sono de ontem pra hoje, pensando no futuro da humanidade. Eu e Bono Vox.
- O Brazil é bonito. Bono-ito. [ontem, no Fantástico. Com quem ele anda aprendendo esses trocadilhos?!]
[Ops, as buscas aqui vão bombar, com "Bono Vox". Vou aproveitar e colocar "U2 Brasil venda últimos ingressos pista". "Hot area gratis". "Mercado Livre ingressos U2". "Bono é viado". Só para atrair mais gente pelo Google.] Ora, marketing é tudo na vida.
Sim, continuando. Cito ainda o caso do biscoito, Club Social, OUTRORA SALGADO. Êpa, calma aê, que virou Brasil. Ele foi lançado com a proposta de ser salgado, nos prometeu ser salgado para todo o sempre e, pasmem!, ele existe agora no sabor FRUTAS VERMELHAS. Novamente: se é um NOVO biscoito, um produto novo, uma coisa assim, que não tem NADA EM COMUM com o TRUE Club Social SALGADO, não tem parentesco nem de terceiro grau, porque nos enganam, nóóós, consumidores que pagamos nossos impostos???
E a pior coisa nos casos Batom e Club é a questão de que eles mantêm a mesma embalagem antiga. Vejam o caso intrigante do Toddynho DOCE DE LEITE. Sem dúvida, a imagem da marca, consolidada há 20 anos, deve ficar super maculada, por causa da baixa aceitação de uma coisa horrível dessas. É quase um ACHOCOLATADO de doce de leite, percebam o equívoco, a contradição. A pessoa fica com tanto medo, mas tanto medo de levar o Toddy errado que passa a comprar Nescau, reflitam.
Essa questão das embalagens dos bons serem idênticas às embalagens dos maus faz com que pais desavisados levem gato por lebre. Ou melhor, levem uva por chocolate. Afinal, é notório, desde o medievo, o conceito de que pais jamais lêem embalagens de biscoitos. Minha mãe, por exemplo, analisa até aquela micro-tabela de calorias e lipídios do verso da lata de azeite, olha se a receita detrás da caixinha de creme de leite presta, tudo mais. Mas, na hora de comprar um Trakinas de LIMÃO, ela não duvida e taca no carrinho, na fé. Para os pais, TUDO é biscoito, tudo é permitido. Deve ser algum bloqueio, só pode. Minha tese é que apenas os pais sustentam esse mercado de produtos deturpados - porque os levaram por engano, claro. E nós, as crianças, somos as que mais sofrem.
Ao menos, mamãe nunca trouxe pra casa a margarina com UM TOQUE DE MEL, nem a Delícia Maçã e Canela - que nome mais irônico, já que canela é uó. Pois é. E eis que, na atual conjuntura estrutural, política e econômica, não temos mais esse reducionismo primitivo de classificar os sabores como "azedo, amargo, salgado e doce". Que coisa mais antiga, né, amiga dona de casa. O paladar moderno da atualidade admite combinações diferenciadas e, muitas vezes, exóticas e conceituais [maneira delicada de dizer que é RUIM mesmo].
[...]
Por isso que tenho tanto medo de making ofs. Vai que eu tô comendo de repente uma lasanha BATIZADA, deturpada com elementos falsificados e de segunda. Vai que é de Bolacha Maria, eu hein.
Assim não dá. Isso só fomenta o terror e a desconfiança na nossa sociedade, que fica nesse constante estado de tensão. Eu só posso estar pagando meus pecados por ter matado meus peixes por superalimentação na infância.
- Ei, não me julguem, não fiquem chocados. Eu só tinha uns seis anos, eu só queria o bem deles. Quando vi, eles já estavam de barriguinha pra cima...
arctic monkeys, i bet you look good on the dance floor
Ou: Chover gelo no whisky de JK was too much for me.
Na semana em que Lucy está atormentada com o fim do horário de verão - e a possibilidade concreta de dormir todos os dias às 2 da madrugada, assistindo Lost -, na semana em que comprei a saia e a bolsa de-fi-ni-ti-vas da minha vida [preciso de um lenço étnico ou metros de pérolas falsas para acompanhar o look] e na semana do show dos Rolling Stones, em que nos cansamos de ouvir trocadilhos complexos como "as pedras estão rolando / vão rolar / continuam rolando / são velhas, mas rolam"... e em que o público não se empolgou, mesmo com o Mick suando a camisetinha com brilhinhos pra balançar a galera......e o que eram os 4 MIL VIPS na frente do palco? VIP que é VIP, darling, não se mistura com 4 THOUSAND PEOPLE. Oh, vocês ainda têm muito a aprender. Ao menos o Nando Reis deve ter assistido ao show dos Stones, pra COPIAR os modelos do Keith Richards: todo mundo já notou [até eu, Glória Pires, a Rutinha e a Raquel] que ele copia DESCARADAMENTE o visual e até a dancinha do Keith, sem sucesso. [Haha, Lucy strikes again.]
- Nando é o da direita, com o chapéu do Bono.
Sim, enfim, no dia em que é acordada pelos vizinhos tocando, no último volume, a latina "Volareeee, ôô... Cantareeee, ôôô..." [ui.], Lucy, 23, rockstar e verdadeiramente VIP, interrompe seu sono reparador com colágeno e macadâmia [adoro essa palavra] para, abnegadamente, postar para os leitores assíduos e gratuítos do blog.
Começaremos com uma charada para os iniciados.
Pergunta enigmática do dia:
- Bidê ou Balde?
- Balde.
[...]
Antes do post propriamente dito, preciso compartilhar com vocês minha nova descoberta interessante: a voz de mãe.Vocês, obviamente, já devem ter observado que as mães têm uma coisa que chamamos de "voz de mãe". Variadas vezes já me peguei refletindo: "Será que quando eu for mãe, eu vou ter uma voz assim, tipo, de mãe, que nem as outras?". Hum. Explico.
É só vocês sacarem quando uma mãe tá chamando o pivete dela de uma janela ou no meio da rua. Ah, geralmente o pivete tem um nome composto. Aqui no prédio tem um monte e nas ruas próximas também. As mães sempre têm uma entonação nervosa, um ritmo cadenciado e uma voz particulares, como:
- Jairo Filho! Ô Jairo Filho!
- Raiâni! Ô Raiâni! Volte aqui, Raiâni!
[...]
Oh, o post.
Ultimamente venho notando a falta de ousadia e perspicácia de publicitários, fabricantes e pessoas em geral em inovar os NOVOS produtos com NOVOS nomes, forçando a barra. Explico. Dia desses, a Ana Maria Braga estava ensinando a fazer um brigadeiro de queijo no programa dela. Sim, cara, você leu certo: BRIGADEIRO-DE-QUEIJO. Gente, concentração. Vocês não acham que as coisas seriam mais simples se ela, tipo, trocasse o nome, inventasse um nome novo? Ns minha humilde opinião, acho que tudo estaria resolvido se ela chamasse de Doce de Queijo, Bolinho de Queijo, Queijinho Redondinho, Queijo Frito, sei lá, whatever. Imaginação, gente. Mas NÃO. Ela vem e batiza a coisa de BRIGADEIRO, impunemente. E ela perguntou o que os brigadeiros achariam disso? Ela perguntou o que os fãs de brigadeiro pensariam? Não. E se uma criança pequena e ingênua vê um programa daquele? Ela cresce achando que pode existir brigadeiro de outra coisa que não seja chocolate, o que é um absurdo.
- No Globo Repórter dessa noite, vejam, com exclusividade, um fato raro na natureza: o legitimo brigadeiro de chocolate com verdadeiros granulados de chocolate, ainda intocado pelo homem. Não aceitem imitações.
É que nem a polêmica e instigante Lasanha de Cream Craker. Ó, desde quando eu era di menor, eu já sabia que lasanha SEMPRE, quer queira quer não*, é composta de massinha, presunto, queijo, massinha, molho, presunto, queijo, massinha, molho e queijo parmesão ralado para gratinar no forno médio. Às vezes, o queijo + presunto é substituído por frango, berinjela e outras variações. O molho é vermelho ou branco. E SÓ. Mas cream craker intercalada com creme de galinha, pra mim, é demais da conta, vamos combinar. Não é lasanha. Inventem o nome que quiser, mas um troço desses, que sequer deve ser levado ao forno, não pode ser chamado de lasanha. Não sobra NENHUM elemento do original, e você ainda coloca O MESMO NOME no prato? Oh, come on. Pra ser sincera, eu não quero nem comentar.
UPDATE: Segue a foto do SALAME DE CHOCOLATE, sugerido por Jaq nos coments. Cara, como eu tinha me esquecido, é uma das deturpações alimentícias mais célebres! Terrible.
- Iga, ughti.
Parto do raciocínio simples de que, pessoal, se é uma OUTRA coisa, coloque logo outro nome, né, não custa nada. Criou um prato legal? Great. Manda uma cartinha pra Ana Maria. Mas não diga que é BIFE de soja [até onde sei, BIFE é só, e somente só, de carne] ou ESTROGONOFE DE CHOCOLATE [como eu já vi na Ana Maria também]. Medo, tensão, pavor. É que nem: "Olha, pessoal, hoje nós vamos fazer esse Frango de Peixe, que é uma delícia, acompanhado desse Arroz de Fécula de Batata! Anotem os ingredientes...". Fica bizarro, não fica legal, não convence. Podem me chamar de antiquada, mas não sou dada a esses arroubos modernos na cozinha, no nosso lar.
* eu sempre quis usar essa expressão no blog, "quer queira quer não".
[...]
Esse questionamento nos faz repensar os paradigmas alimentícios modernos da sociedade contemporânea. O que nos faz chamar um Batom Garoto UVA de BATOM GAROTO? Mas o batom garoto não era pra ser CHOCOLATE, até onde sei? O que une a uva ao chocolate, o que têm em comum? Essa e outras perguntas nos inquietam, efetivamente.
Perdi o sono de ontem pra hoje, pensando no futuro da humanidade. Eu e Bono Vox.
- O Brazil é bonito. Bono-ito. [ontem, no Fantástico. Com quem ele anda aprendendo esses trocadilhos?!]
[Ops, as buscas aqui vão bombar, com "Bono Vox". Vou aproveitar e colocar "U2 Brasil venda últimos ingressos pista". "Hot area gratis". "Mercado Livre ingressos U2". "Bono é viado". Só para atrair mais gente pelo Google.] Ora, marketing é tudo na vida.
Sim, continuando. Cito ainda o caso do biscoito, Club Social, OUTRORA SALGADO. Êpa, calma aê, que virou Brasil. Ele foi lançado com a proposta de ser salgado, nos prometeu ser salgado para todo o sempre e, pasmem!, ele existe agora no sabor FRUTAS VERMELHAS. Novamente: se é um NOVO biscoito, um produto novo, uma coisa assim, que não tem NADA EM COMUM com o TRUE Club Social SALGADO, não tem parentesco nem de terceiro grau, porque nos enganam, nóóós, consumidores que pagamos nossos impostos???
E a pior coisa nos casos Batom e Club é a questão de que eles mantêm a mesma embalagem antiga. Vejam o caso intrigante do Toddynho DOCE DE LEITE. Sem dúvida, a imagem da marca, consolidada há 20 anos, deve ficar super maculada, por causa da baixa aceitação de uma coisa horrível dessas. É quase um ACHOCOLATADO de doce de leite, percebam o equívoco, a contradição. A pessoa fica com tanto medo, mas tanto medo de levar o Toddy errado que passa a comprar Nescau, reflitam.
Essa questão das embalagens dos bons serem idênticas às embalagens dos maus faz com que pais desavisados levem gato por lebre. Ou melhor, levem uva por chocolate. Afinal, é notório, desde o medievo, o conceito de que pais jamais lêem embalagens de biscoitos. Minha mãe, por exemplo, analisa até aquela micro-tabela de calorias e lipídios do verso da lata de azeite, olha se a receita detrás da caixinha de creme de leite presta, tudo mais. Mas, na hora de comprar um Trakinas de LIMÃO, ela não duvida e taca no carrinho, na fé. Para os pais, TUDO é biscoito, tudo é permitido. Deve ser algum bloqueio, só pode. Minha tese é que apenas os pais sustentam esse mercado de produtos deturpados - porque os levaram por engano, claro. E nós, as crianças, somos as que mais sofrem.
Ao menos, mamãe nunca trouxe pra casa a margarina com UM TOQUE DE MEL, nem a Delícia Maçã e Canela - que nome mais irônico, já que canela é uó. Pois é. E eis que, na atual conjuntura estrutural, política e econômica, não temos mais esse reducionismo primitivo de classificar os sabores como "azedo, amargo, salgado e doce". Que coisa mais antiga, né, amiga dona de casa. O paladar moderno da atualidade admite combinações diferenciadas e, muitas vezes, exóticas e conceituais [maneira delicada de dizer que é RUIM mesmo].[...]
Por isso que tenho tanto medo de making ofs. Vai que eu tô comendo de repente uma lasanha BATIZADA, deturpada com elementos falsificados e de segunda. Vai que é de Bolacha Maria, eu hein.
Assim não dá. Isso só fomenta o terror e a desconfiança na nossa sociedade, que fica nesse constante estado de tensão. Eu só posso estar pagando meus pecados por ter matado meus peixes por superalimentação na infância.
- Ei, não me julguem, não fiquem chocados. Eu só tinha uns seis anos, eu só queria o bem deles. Quando vi, eles já estavam de barriguinha pra cima...
arctic monkeys, i bet you look good on the dance floor
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08:28 |
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17.2.06
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13:43 |
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15.2.06
Disparate
Por força das circunstâncias e, considerando a atual conjuntura econômica e científica nacional, resolvi postar uma coisa diferente: uma enquete. Desde pivete, eu curtia responder os "disparates", nuns cadernos que ficavam rolando lá pela escola. Eram imundos, i know, porque caia refrigerante e resto de massa folhada em cima, no recreio. Os meninos queriam roubar o nosso caderno de enquetes, não sei porquê. Oh, mas era super legal, revelava deveras minha personalidade profunda. Tipo Cor: Turquesa / Homem: Paul McCartney / Comida: Pizza / Livro: Meu Pé de Laranja Lima, e assim por diante.
- Portanto, preparem-se. Aqui vão rolar intrigas, romance e muita emoção.
Se a vontade for grande, respondam o disparate nos coments. Sei lá, não tem espaço, eu entendo. Mas se virem, ué, minhoca não tem perna e anda, pô. Não vão reclamar disso também não, né mesmo? Coéé.
* quatro empregos / ocupações que você já teve:
1. pesquisadora morena do IBGE (era cada cantada, que vocês não tem noção. Teve até o célebre sambinha que os bebuns inventaram na hora pra mim, do "Loirinha, vou te possuir...")
2. professora particular de português e matemática [!!!].
3. redatora de jornalzinho de associações [nunca mais fui a mesma, depois de trabalhar na dos Parentes e Amigos de Vítimas da Violência...]
4. jornalista em ascensão profissional.
* quatro filmes que você poderia assistir infinitamente / adora rever:
1. Alta Fidelidade ["Nunca confie em ninguém com menos de 500 cds"]
2. O Lixo e a Fúria ["Anarchy in the UK!!"].
3. Yellow Submarine [vou mostrar pros meus filhos].
4. Forest Gump [minha porção singela. "Run, Forest!"].
* quatro lugares em que você morou:
1. Rio de Janeiro antes da onda de violência [tenho medo de altura e quase estraguei o passeio da família no Cristo Redentor e no Bondinho do Pão de Açúcar].
2. São Paulo [home, sweet home]
3. Recife [é bonita, mas fede e tal]
4. Fortaleza [é que morei antes de agora em Fortaleza, não sei se vocês entenderam].
* quatro programas de TV que você adora assistir:
1. Novelas.
2. Mr. Bean.
3. Uns programas de reformas de casa e customização de ambientes, no People+Arts
4. CSI, Lost, Arquivo-X e qualquer seriado com misteriozinho.
* quatro lugares em que você já esteve de férias:
1. Ilha de Paquetá, RJ [bem lindinho, nem entra carro lá].
2. São Paulo, SP [some rock´n roll concerts].
3. Maranguape, CE [onde tomo banho de água mineral engarrafada].
4. Paracuru, CE [no Carnaval, é cheio de Hilux Tunada com torre de som, mas o pôr do sol compensa, ó].
* quatro blogs que você visita diariamente:
1. Que Coisa, da Jaq.
2. Última, da Mônica.
3. Querido Leitor, da Rosana.
4. O meu mesmo, e tal.
* quatro de suas comidas favoritas:
1. pizza com presuntinhos.
2. Mc Chicken Junior.
3. sanduíche de croissant da Montmarttre, com peito de peru, queijo e maionese gostosa
4. salada de palmito com milhos e alface com um montão de azeite.
* quatro lugares em que você preferiria estar agora:
1. no cinema.
2. em São Paulo, com sobretudo e vendo alguma exposição cult.
3. em Nova York, com um sobretudo chiquééééérrimo e expirando aquela fumacinha de frio.
4. na cama, vendo qualquer coisa na tv e bem acompanhada.
* quatro discos sem os quais você não pode viver (hoje):
1. Suede, Dog Man Star.
2. Paul McCartney, Chaos and Creation in the Backyard.
3. Mutantes, Technicolor.
4. Franz Ferdinand, You could have it so much better.
* quatro carros que você já teve / quis ter:
1. um Fox que caiba um metro e vinte só de perna. Eu NÃO TENHO um metro e vinte de perna, mas eu queria o carro mesmo assim, ó. É cheio de divisoriazinhas, compartimentos, coisnhas.
2. um Honda Civic azul petróleo.
3. um trailler bem legal, desses de acampamento.
4. um carro desses antigos, conversíveis, que nem os daquele quadro do Luciano Huck.
* quatro livros que você relê de vez em quando / recomenda com freqüência:
1. John Fante, Pergunte ao Pó.
2. Fernando Morais, Corações Sujos.
3. O Diário de Anne Frank.
4. Gabriel García Márquez, Relatos de um Náufrago.
[...]
O próximo passo, depois de responder à enquete, é a gente brincar aqui no blog de nome-lugar-objeto: a popular ADEDONHA.
Nunca entendi de onde vem esse nome, que é ridículo, a meu ver. Mas enfim, há nomes piores de brincadeiras, tipo GATO MIA.
[...]
Falando em gato, segue abaixo o Jack, do Lost.
- I wanna be lost with you, Lucy.
paul mc cartney, a certain softness
Por força das circunstâncias e, considerando a atual conjuntura econômica e científica nacional, resolvi postar uma coisa diferente: uma enquete. Desde pivete, eu curtia responder os "disparates", nuns cadernos que ficavam rolando lá pela escola. Eram imundos, i know, porque caia refrigerante e resto de massa folhada em cima, no recreio. Os meninos queriam roubar o nosso caderno de enquetes, não sei porquê. Oh, mas era super legal, revelava deveras minha personalidade profunda. Tipo Cor: Turquesa / Homem: Paul McCartney / Comida: Pizza / Livro: Meu Pé de Laranja Lima, e assim por diante.
- Portanto, preparem-se. Aqui vão rolar intrigas, romance e muita emoção.
Se a vontade for grande, respondam o disparate nos coments. Sei lá, não tem espaço, eu entendo. Mas se virem, ué, minhoca não tem perna e anda, pô. Não vão reclamar disso também não, né mesmo? Coéé.
* quatro empregos / ocupações que você já teve:
1. pesquisadora morena do IBGE (era cada cantada, que vocês não tem noção. Teve até o célebre sambinha que os bebuns inventaram na hora pra mim, do "Loirinha, vou te possuir...")
2. professora particular de português e matemática [!!!].
3. redatora de jornalzinho de associações [nunca mais fui a mesma, depois de trabalhar na dos Parentes e Amigos de Vítimas da Violência...]
4. jornalista em ascensão profissional.
* quatro filmes que você poderia assistir infinitamente / adora rever:
1. Alta Fidelidade ["Nunca confie em ninguém com menos de 500 cds"]
2. O Lixo e a Fúria ["Anarchy in the UK!!"].
3. Yellow Submarine [vou mostrar pros meus filhos].
4. Forest Gump [minha porção singela. "Run, Forest!"].
* quatro lugares em que você morou:
1. Rio de Janeiro antes da onda de violência [tenho medo de altura e quase estraguei o passeio da família no Cristo Redentor e no Bondinho do Pão de Açúcar].
2. São Paulo [home, sweet home]
3. Recife [é bonita, mas fede e tal]
4. Fortaleza [é que morei antes de agora em Fortaleza, não sei se vocês entenderam].
* quatro programas de TV que você adora assistir:
1. Novelas.
2. Mr. Bean.
3. Uns programas de reformas de casa e customização de ambientes, no People+Arts
4. CSI, Lost, Arquivo-X e qualquer seriado com misteriozinho.
* quatro lugares em que você já esteve de férias:
1. Ilha de Paquetá, RJ [bem lindinho, nem entra carro lá].
2. São Paulo, SP [some rock´n roll concerts].
3. Maranguape, CE [onde tomo banho de água mineral engarrafada].
4. Paracuru, CE [no Carnaval, é cheio de Hilux Tunada com torre de som, mas o pôr do sol compensa, ó].
* quatro blogs que você visita diariamente:
1. Que Coisa, da Jaq.
2. Última, da Mônica.
3. Querido Leitor, da Rosana.
4. O meu mesmo, e tal.
* quatro de suas comidas favoritas:
1. pizza com presuntinhos.
2. Mc Chicken Junior.
3. sanduíche de croissant da Montmarttre, com peito de peru, queijo e maionese gostosa
4. salada de palmito com milhos e alface com um montão de azeite.
* quatro lugares em que você preferiria estar agora:
1. no cinema.
2. em São Paulo, com sobretudo e vendo alguma exposição cult.
3. em Nova York, com um sobretudo chiquééééérrimo e expirando aquela fumacinha de frio.
4. na cama, vendo qualquer coisa na tv e bem acompanhada.
* quatro discos sem os quais você não pode viver (hoje):
1. Suede, Dog Man Star.
2. Paul McCartney, Chaos and Creation in the Backyard.
3. Mutantes, Technicolor.
4. Franz Ferdinand, You could have it so much better.
* quatro carros que você já teve / quis ter:
1. um Fox que caiba um metro e vinte só de perna. Eu NÃO TENHO um metro e vinte de perna, mas eu queria o carro mesmo assim, ó. É cheio de divisoriazinhas, compartimentos, coisnhas.
2. um Honda Civic azul petróleo.
3. um trailler bem legal, desses de acampamento.
4. um carro desses antigos, conversíveis, que nem os daquele quadro do Luciano Huck.
* quatro livros que você relê de vez em quando / recomenda com freqüência:
1. John Fante, Pergunte ao Pó.
2. Fernando Morais, Corações Sujos.
3. O Diário de Anne Frank.
4. Gabriel García Márquez, Relatos de um Náufrago.
[...]
O próximo passo, depois de responder à enquete, é a gente brincar aqui no blog de nome-lugar-objeto: a popular ADEDONHA.
Nunca entendi de onde vem esse nome, que é ridículo, a meu ver. Mas enfim, há nomes piores de brincadeiras, tipo GATO MIA.
[...]
Falando em gato, segue abaixo o Jack, do Lost.
- I wanna be lost with you, Lucy.
paul mc cartney, a certain softness
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15:05 |
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8.2.06
I wanna to be a pit boy
[no mesmo raciocínio gramatical da canção: i wanna to go back to bahia]
Depois das polêmicas nacionais "quem matou Bia Falcão", "onde anda o lábio superior de Cemil", "a compra dos ingressos do U2 por telefone", "qual o mistério de Lost" e "as charges de Maomé", o assunto mais discutido do momento é a ausência prolongada de Lucy, 23, do mundo virtual por algumas semanas, o que fez acender a chama da saudade nos corações túrgidos dos leitores assíduos [eu nem sei ao certo o que são "corações túrgidos", mas me parece um bom nome de novela]. Minha ausência originou, ainda, uma série de boatos infundados e inverdades improcedentes, como que eu teria aceito o convite para Bond Girl ou que eu teria feito comparações engraçadinhas entre os peões de América e o filme do Brokeback Mountain. Hum, claro que não. Até porque uma coisa não tem nada a ver com a outra, né verdade.
Aliás, falando em James Bond, O QUE É O NOVO JAMES BOND, AQUELE LÔRO RÉI FÊI AGÜADO PÔDI E DESAGRADÁVEL? Cara, só EU que tenho senso estético pra saber que CLIVE OWEN tem que ser Bond? Ou bota o cara que faz o Jack Bauer, sei lá. Qualquer um. Menos o Daniel Craig.
Gente, vejam Munique, vejam o lôro agüado e tirem suas conclusões, não quero influenciar ninguém. Só sei que faremos abertamente uma campanha para salvar o filme do 007. Já que o protagonista é uó, que a Bond Girl ao menos se garanta.
- Salma Hayek, eu te apóio, mulher latina!
A Uma Thurman também serve.
[...]
Bom, enfim, actually, eu estava muito ocupada nos últimos dias, exercendo minha ascensão profissional e ganhando dinheiro para meus planos ambiciosos, ué.
E antes de prosseguir com a leitura de hoje, compreendam duas coisas, leitores:
#1. Reza a lenda asteca e a lei da selva que quem paga mais que o piso salarial de jornalista pelos meus textos tem prioridade, ó. Os leitores gratuitos são os que mais sofrem, i know. Mas enfim, eu nunca menti pra vocês dizendo que era comunista, ok. Então não me acusem.
#2. Se tem uma coisa que não reina aqui é a democracia. Ora, ora, mas abro o blog e sou soterrada por uma avalanche de coments criticando meu nababesco layout preto da Marilyn, onde já se viu? Coé, neguim?? Todo mundo com uma opinião formada sobre o layout, eu mereço. Peguei abuso e acabei mudando pra bicicletinha meiga. Aí é capaz de entrar um mané dizendo: "Nhém nhém nhém, não gosto de bicicleta meiga, prefiro torta de limão e petit gateau". Aiaiai. Ó, mas que isso não se repita.
Quer layout bonito? Então compre um single do Franz Ferdinand. Quer um texto singelo e edificante? Então baixe um powerpoint com anjinhos, luinhas, graminhas, assinado "Dalai Lama". Ora bolas. Chega de sentimentalidades por aqui.
[rabugeeeenta.]
[solo de sax]
raconteurs, steady as she goes
Eu já disse a vocês que "Over my Shoulder", do Mike and the Mechanics, é uma das músicas mais tenebrosas da história? Eu acho.
[...]
Sim, mas por que eu queria ser um pit boy troglodita, daqueles bem marombados, de camisa-machão, que tem uma torre de som na caçamba da Hilux TUNADA, que usa aquelas sungas que tem os olhinhos do Bad Boy atrás, que pega na maromba, que tem as sobrancelhas juntas formando uma MONOCELHA?
Muito simples. Porque casal erudito e intelectual não é respeitado nesse país, essa é a verdade. Fernando Henrique Cardoso, eu te compreendo, a gente é tolhido e tal. A gente até conhece a obra do Albert Camus, somos cultos e viajados, ouvimos toda a discografia dos Sex Pistols [piadinha para iniciados], mas... de quê adianta, se os diretores da Globo acham o Jean Willys um expoente da intelectualidade contemporânea brasileira e se só a voz do pit boy é escutada na nossa sociedade? Somos menores, não podemos bater no povo que conversa na saidinha da escada rolante, entulhando a passagem. Não podemos esbofetear gente burra que instala quiosques de venda de celulares ou tvs enormes passando dvds para as massas na ENTRADA da loja. No shopping, se um cara bem grandão e garotão de camiseta regata esbarra na gente de propósito, só pra ser grosseiro, não vamos poder fazer nada, né, porque afinal somos um casal FRACOTE e eu tenho o agravante de ter praticamente um metro e meio de altura. Que sociedade injusta, que mundo cruel, onde foi parar a nossa república.
Dia desses estávamos no cinema e, ohh, era pra ser uma sessão perfeita: terça feira a noite, a sala vazia, poltroninha que levanta o braço, o trailler novo do Superman, o filme estava praticamente saindo de cartaz e TODA a humanidade já o havia assistido pelo menos duas vezes. Ohh, so amazing.
Mas eis que, uns 10 minutos depois de o filme começar, uma horda de pivetes acéfalos e miguxos [redundância] invade a sala e se senta BEM ATRÁS da gente, fazendo todo o barulho de que eles eram capazes, carregando aqueles COMBOS de 25 reais com uma pipoca com aquele cheiro insuportável de queijo e um refrigerante de três litros.
Repare o leitor no potencial catastrófico da cena.
- Eeei, maxuu, passa a pipoca aê, féra. [67 decibéis]
- Aiii, Rochelly, tu comprou sprite e eu gosto de cocaaa! [88 decibéis]
- Pô, tu derrubou maionese em mim, féladaputa. [92 decibéis]
Enquanto eu e Luc[k]y Guy mentalizávamos alguma vingança torpe - nós, que já jogamos refrigerante e arremessamos gelos e bolinha de papel em platéias de migus spoilers indomáveis -, eu questionava: "Por que a galera sai da lan house, onde eles passam 8 horas por dia e gastam 50 paus por dia, pra vir bater papo LOGO no cinema HOJE? Por que eles não comem a droga do Mc Lanche Feliz deles lá mesmo e engolem o brinde junto? Por que esqueci meu lança-chamas em casa?".
Foi que nem uns meses atrás, em que fomos ao cinema em outro horário inusitado, de noitão, no meio da semana, pra ver um filme de arte em paz. A vida linda, fofa e coloridinha. Na porta da nossa seção, um aglomerado de pirralhos plays. "Olha aí, amor, confirma o número da nossa sala". Ok, Murphy, você venceu. ERA a nossa sala. Quando entramos, a visão do inferno. Como diria a garota de Contatos Imediatos de 3º grau: "Mamãe, eles estão aqui!". Eram uns 200 pivetes gritando, correndo, sentados nas escadas, pulando, em pé nas poltronas, tirando 6736586 fotos digitais dos miguxos pra colocar nos fotologs fofuxus huahuahua que eles mantêm na internet. "Euhh i minhaxx migaxx nuh xineminhaa, haushuashuashaushua. Bjuuus =^:^=". Nem adiantou a gente jogar gelo na pirralhada, eles estavam indóceis.
Putos, saímos ao final da sessão às 11 da noite de uma quarta-feira, com os outros dez intelectuais fracotes que tinham ido para efetivamente ASSISTIR ao filme, e fomos atrás do gerente daquele pardieiro. Nem adiantou o gerente ser aquela coisa linda, alta, jovem e modelo, de gravata e cabelinho caído na testa. Não depois dessa explicação: "É que o colégio XVYZ COMPROU 150 ingressos pra essa sessão". Mas que LINDO.
"Ahh, cara, e a gente com isso?" "Era pro cinema ter avisado!" "Mercenários!" Eu, Luc[k]y e os outros dez intelectuais fracotes e diletantes precisamos de mais de 40 minutos pra convencer o almofadinha a nos dar novos ingressos. Aposto, aposto que se a gente fosse pit boy, isso seria diferente. Se eu fosse o Jack do Lost*, eu teria oooutro tratamento. Só porque a gente é pequeno, o povo não dá moral. Nããã.
- Hunf. Se o Pica Pau tivesse chamado a polícia, isso nunca teria acontecido.
[solo de bateria]
beatles, day tripper
* Jack do Lost: sacam, Lost? Passa depois do Jornal da Globo e é uma série massa, assistam. Jack é lindo. Em matéria de médico, é o herdeiro natural de George Clooney, tão bonito quanto. É o protagonista, é o líder natural e, enfim, é o danadão do seriado. Diálogos do tipo:
1.
- Oh, meu deus, estou grávida e passando mal, nosso avião caiu! Preciso de um curativo!
- Fique calma, vou pegar uns panos ali e...
JACK - O que você pensa que está fazendo, esses panos estão imundos, ela pode se infeccionar!
- Eu fiz primeiros socorros no colegial! Quem você pensa que é?
JACK - Eu sou MÉDICO.
2.
- Precisamos sair daqui. Faremos um SOS.
JACK - Mas, para isso, precisamos recuperar o kfdjhgadlkjghoeri, um aparelho que fica do lado direito da cabine do piloto. Ligaremos os transistores, encontraremos a freqüência e faremos os sinais do alto daquela colina.
- Nossa, como você sabe? Quem você pensa que é?
JACK - Eu PILOTO aviões.
E coisas do tipo.
Sai Jack Bauer e entra Jack do Lost, great.
Ao menos o Wagner Moura saiu de JK. Acho que ele tem uma boca estranha e a cabeça pequena. O pescoço longo demais, talvez. Enfim. Fora que, toda vida que ele aparecia num palanque, eu achava que ele ia pegar a guitarra e cantar "Tonignt, Tonight".
É, ele parece o Billy Corgan.
- Billy Corgan para JK.
franz ferdinand, the fallen
Curtas
- Fabricantes que subestimam a inteligência do consumidor. Uma marca de sorvetes local lança o "Sorvetto", que tem a cara do Cornetto, o sabor do Cornetto, enfim, é O PRÓPRIO Cornetto. Na verdade, eu acho esse nome, Cornetto, TÃO RIDÍCULO, que jamais deveria ser plagiado. Mas enfim. Sorvetto.. Cornetto... deve haver alguma ligação. Que nem o Negresco e a marca local "Escuretto". E que nem o tal do "refrigerante de COLA", que os apresentadores falam no lugar de Coca-Cola, pra não fazer propaganda - como se a Coca precisasse de propaganda, enfim.
- Compositores que superestimam as suas canções. Afinal, o que Gil queria dizer com a música "Abacateiro, acataremos seu ato, nós também somos do mato como o pato e o leão..."?!? E o que Djavan realmente quis dizer com "A paixão puro afã, místico clã de sereia, castelo de areia, ira de tubarão, ilusão. O sol brilha por si"?!?
- O grego Nikos ["Zúlia, Zúlia!"] e Jamanta morando com o Gianechinni? Como assim, Bial?
- O quêêêê? Vocês ainda não conhecem The Raconteurs? Hereges.
- Olha, aquela música do Mike and the Mechanics é ruim mesmo, como é que pode.
- Eu posso estar enganada. Mas acho que o Luciano Huck lançou um dvd. Pelo que entendi, a equipe gravou TRÊS PÔRES DO SOL DE UMA HORA E MEIA e tacou uma trilha sonora LOUNGE. Meu sonho. Você, que me conhece, sabe que eu curto esses papos etéreos. Vou jogar fora aquele do Buena Vista Social Club que ganhei.
- Sobre movimento estudantil: me disseram que, lá pelo curso de comunicação, um menino que é da JUVENTUDE DO PFL disse que... Você leu certo. "Juventude do PFL". Na minha época, não tinha disso não.
- Ivani Ribeiro é homem ou mulher? É o[a] autor[a] da novela A Viagem, que vai reprisar agora, na esteira do sucesso esotérico e sobrenatural de Alma Gêmea. Tenho, aliás, várias dúvidas sobre o sexo das pessoas. Até assistir ao filme, eu achava que Cole Porter era mulher.
- This is a Cole Porter.
suede, hollywood life
[no mesmo raciocínio gramatical da canção: i wanna to go back to bahia]
Depois das polêmicas nacionais "quem matou Bia Falcão", "onde anda o lábio superior de Cemil", "a compra dos ingressos do U2 por telefone", "qual o mistério de Lost" e "as charges de Maomé", o assunto mais discutido do momento é a ausência prolongada de Lucy, 23, do mundo virtual por algumas semanas, o que fez acender a chama da saudade nos corações túrgidos dos leitores assíduos [eu nem sei ao certo o que são "corações túrgidos", mas me parece um bom nome de novela]. Minha ausência originou, ainda, uma série de boatos infundados e inverdades improcedentes, como que eu teria aceito o convite para Bond Girl ou que eu teria feito comparações engraçadinhas entre os peões de América e o filme do Brokeback Mountain. Hum, claro que não. Até porque uma coisa não tem nada a ver com a outra, né verdade.Aliás, falando em James Bond, O QUE É O NOVO JAMES BOND, AQUELE LÔRO RÉI FÊI AGÜADO PÔDI E DESAGRADÁVEL? Cara, só EU que tenho senso estético pra saber que CLIVE OWEN tem que ser Bond? Ou bota o cara que faz o Jack Bauer, sei lá. Qualquer um. Menos o Daniel Craig.
Gente, vejam Munique, vejam o lôro agüado e tirem suas conclusões, não quero influenciar ninguém. Só sei que faremos abertamente uma campanha para salvar o filme do 007. Já que o protagonista é uó, que a Bond Girl ao menos se garanta.
- Salma Hayek, eu te apóio, mulher latina!
A Uma Thurman também serve.
[...]
Bom, enfim, actually, eu estava muito ocupada nos últimos dias, exercendo minha ascensão profissional e ganhando dinheiro para meus planos ambiciosos, ué.
E antes de prosseguir com a leitura de hoje, compreendam duas coisas, leitores:
#1. Reza a lenda asteca e a lei da selva que quem paga mais que o piso salarial de jornalista pelos meus textos tem prioridade, ó. Os leitores gratuitos são os que mais sofrem, i know. Mas enfim, eu nunca menti pra vocês dizendo que era comunista, ok. Então não me acusem.
#2. Se tem uma coisa que não reina aqui é a democracia. Ora, ora, mas abro o blog e sou soterrada por uma avalanche de coments criticando meu nababesco layout preto da Marilyn, onde já se viu? Coé, neguim?? Todo mundo com uma opinião formada sobre o layout, eu mereço. Peguei abuso e acabei mudando pra bicicletinha meiga. Aí é capaz de entrar um mané dizendo: "Nhém nhém nhém, não gosto de bicicleta meiga, prefiro torta de limão e petit gateau". Aiaiai. Ó, mas que isso não se repita.
Quer layout bonito? Então compre um single do Franz Ferdinand. Quer um texto singelo e edificante? Então baixe um powerpoint com anjinhos, luinhas, graminhas, assinado "Dalai Lama". Ora bolas. Chega de sentimentalidades por aqui.
[rabugeeeenta.]
[solo de sax]
raconteurs, steady as she goesEu já disse a vocês que "Over my Shoulder", do Mike and the Mechanics, é uma das músicas mais tenebrosas da história? Eu acho.
[...]
Sim, mas por que eu queria ser um pit boy troglodita, daqueles bem marombados, de camisa-machão, que tem uma torre de som na caçamba da Hilux TUNADA, que usa aquelas sungas que tem os olhinhos do Bad Boy atrás, que pega na maromba, que tem as sobrancelhas juntas formando uma MONOCELHA?
Muito simples. Porque casal erudito e intelectual não é respeitado nesse país, essa é a verdade. Fernando Henrique Cardoso, eu te compreendo, a gente é tolhido e tal. A gente até conhece a obra do Albert Camus, somos cultos e viajados, ouvimos toda a discografia dos Sex Pistols [piadinha para iniciados], mas... de quê adianta, se os diretores da Globo acham o Jean Willys um expoente da intelectualidade contemporânea brasileira e se só a voz do pit boy é escutada na nossa sociedade? Somos menores, não podemos bater no povo que conversa na saidinha da escada rolante, entulhando a passagem. Não podemos esbofetear gente burra que instala quiosques de venda de celulares ou tvs enormes passando dvds para as massas na ENTRADA da loja. No shopping, se um cara bem grandão e garotão de camiseta regata esbarra na gente de propósito, só pra ser grosseiro, não vamos poder fazer nada, né, porque afinal somos um casal FRACOTE e eu tenho o agravante de ter praticamente um metro e meio de altura. Que sociedade injusta, que mundo cruel, onde foi parar a nossa república.
Dia desses estávamos no cinema e, ohh, era pra ser uma sessão perfeita: terça feira a noite, a sala vazia, poltroninha que levanta o braço, o trailler novo do Superman, o filme estava praticamente saindo de cartaz e TODA a humanidade já o havia assistido pelo menos duas vezes. Ohh, so amazing.
Mas eis que, uns 10 minutos depois de o filme começar, uma horda de pivetes acéfalos e miguxos [redundância] invade a sala e se senta BEM ATRÁS da gente, fazendo todo o barulho de que eles eram capazes, carregando aqueles COMBOS de 25 reais com uma pipoca com aquele cheiro insuportável de queijo e um refrigerante de três litros. Repare o leitor no potencial catastrófico da cena.
- Eeei, maxuu, passa a pipoca aê, féra. [67 decibéis]
- Aiii, Rochelly, tu comprou sprite e eu gosto de cocaaa! [88 decibéis]
- Pô, tu derrubou maionese em mim, féladaputa. [92 decibéis]
Enquanto eu e Luc[k]y Guy mentalizávamos alguma vingança torpe - nós, que já jogamos refrigerante e arremessamos gelos e bolinha de papel em platéias de migus spoilers indomáveis -, eu questionava: "Por que a galera sai da lan house, onde eles passam 8 horas por dia e gastam 50 paus por dia, pra vir bater papo LOGO no cinema HOJE? Por que eles não comem a droga do Mc Lanche Feliz deles lá mesmo e engolem o brinde junto? Por que esqueci meu lança-chamas em casa?".
Foi que nem uns meses atrás, em que fomos ao cinema em outro horário inusitado, de noitão, no meio da semana, pra ver um filme de arte em paz. A vida linda, fofa e coloridinha. Na porta da nossa seção, um aglomerado de pirralhos plays. "Olha aí, amor, confirma o número da nossa sala". Ok, Murphy, você venceu. ERA a nossa sala. Quando entramos, a visão do inferno. Como diria a garota de Contatos Imediatos de 3º grau: "Mamãe, eles estão aqui!". Eram uns 200 pivetes gritando, correndo, sentados nas escadas, pulando, em pé nas poltronas, tirando 6736586 fotos digitais dos miguxos pra colocar nos fotologs fofuxus huahuahua que eles mantêm na internet. "Euhh i minhaxx migaxx nuh xineminhaa, haushuashuashaushua. Bjuuus =^:^=". Nem adiantou a gente jogar gelo na pirralhada, eles estavam indóceis.
Putos, saímos ao final da sessão às 11 da noite de uma quarta-feira, com os outros dez intelectuais fracotes que tinham ido para efetivamente ASSISTIR ao filme, e fomos atrás do gerente daquele pardieiro. Nem adiantou o gerente ser aquela coisa linda, alta, jovem e modelo, de gravata e cabelinho caído na testa. Não depois dessa explicação: "É que o colégio XVYZ COMPROU 150 ingressos pra essa sessão". Mas que LINDO.
"Ahh, cara, e a gente com isso?" "Era pro cinema ter avisado!" "Mercenários!" Eu, Luc[k]y e os outros dez intelectuais fracotes e diletantes precisamos de mais de 40 minutos pra convencer o almofadinha a nos dar novos ingressos. Aposto, aposto que se a gente fosse pit boy, isso seria diferente. Se eu fosse o Jack do Lost*, eu teria oooutro tratamento. Só porque a gente é pequeno, o povo não dá moral. Nããã.
- Hunf. Se o Pica Pau tivesse chamado a polícia, isso nunca teria acontecido.
[solo de bateria]
beatles, day tripper* Jack do Lost: sacam, Lost? Passa depois do Jornal da Globo e é uma série massa, assistam. Jack é lindo. Em matéria de médico, é o herdeiro natural de George Clooney, tão bonito quanto. É o protagonista, é o líder natural e, enfim, é o danadão do seriado. Diálogos do tipo:
1.
- Oh, meu deus, estou grávida e passando mal, nosso avião caiu! Preciso de um curativo!
- Fique calma, vou pegar uns panos ali e...
JACK - O que você pensa que está fazendo, esses panos estão imundos, ela pode se infeccionar!
- Eu fiz primeiros socorros no colegial! Quem você pensa que é?
JACK - Eu sou MÉDICO.
2.
- Precisamos sair daqui. Faremos um SOS.
JACK - Mas, para isso, precisamos recuperar o kfdjhgadlkjghoeri, um aparelho que fica do lado direito da cabine do piloto. Ligaremos os transistores, encontraremos a freqüência e faremos os sinais do alto daquela colina.
- Nossa, como você sabe? Quem você pensa que é?
JACK - Eu PILOTO aviões.
E coisas do tipo.
Sai Jack Bauer e entra Jack do Lost, great.
Ao menos o Wagner Moura saiu de JK. Acho que ele tem uma boca estranha e a cabeça pequena. O pescoço longo demais, talvez. Enfim. Fora que, toda vida que ele aparecia num palanque, eu achava que ele ia pegar a guitarra e cantar "Tonignt, Tonight".
É, ele parece o Billy Corgan.
- Billy Corgan para JK.
franz ferdinand, the fallenCurtas
- Fabricantes que subestimam a inteligência do consumidor. Uma marca de sorvetes local lança o "Sorvetto", que tem a cara do Cornetto, o sabor do Cornetto, enfim, é O PRÓPRIO Cornetto. Na verdade, eu acho esse nome, Cornetto, TÃO RIDÍCULO, que jamais deveria ser plagiado. Mas enfim. Sorvetto.. Cornetto... deve haver alguma ligação. Que nem o Negresco e a marca local "Escuretto". E que nem o tal do "refrigerante de COLA", que os apresentadores falam no lugar de Coca-Cola, pra não fazer propaganda - como se a Coca precisasse de propaganda, enfim.- Compositores que superestimam as suas canções. Afinal, o que Gil queria dizer com a música "Abacateiro, acataremos seu ato, nós também somos do mato como o pato e o leão..."?!? E o que Djavan realmente quis dizer com "A paixão puro afã, místico clã de sereia, castelo de areia, ira de tubarão, ilusão. O sol brilha por si"?!?
- O grego Nikos ["Zúlia, Zúlia!"] e Jamanta morando com o Gianechinni? Como assim, Bial?
- O quêêêê? Vocês ainda não conhecem The Raconteurs? Hereges.
- Olha, aquela música do Mike and the Mechanics é ruim mesmo, como é que pode.
- Eu posso estar enganada. Mas acho que o Luciano Huck lançou um dvd. Pelo que entendi, a equipe gravou TRÊS PÔRES DO SOL DE UMA HORA E MEIA e tacou uma trilha sonora LOUNGE. Meu sonho. Você, que me conhece, sabe que eu curto esses papos etéreos. Vou jogar fora aquele do Buena Vista Social Club que ganhei.
- Sobre movimento estudantil: me disseram que, lá pelo curso de comunicação, um menino que é da JUVENTUDE DO PFL disse que... Você leu certo. "Juventude do PFL". Na minha época, não tinha disso não.
- Ivani Ribeiro é homem ou mulher? É o[a] autor[a] da novela A Viagem, que vai reprisar agora, na esteira do sucesso esotérico e sobrenatural de Alma Gêmea. Tenho, aliás, várias dúvidas sobre o sexo das pessoas. Até assistir ao filme, eu achava que Cole Porter era mulher.
- This is a Cole Porter.
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