Sobre mudez, paranóia, beijos na parede e peitinhos moles
Lucy, 22, representa o desejo de viver, a liberdade de crescer, a versatilidade de uma jornalista, a vicissitude de amar.
[Pra ninguém reclamar que não falei da EQM do Tião: mas o que era aquilo? Aqueles cenários? A Intrépida Trupe? Ele estava no "Hoje é dia de Maria?!?"]

- Eu não posso perder esse momento descrito em O Fuxico: "Os caminhos que ele passará serão caracterizados pelos referenciais mundanos do personagem. O guardião da porta do inferno, por exemplo, é o touro Bandido com três cabeças e 15 metros de altura, criado por computação gráfica".
[...]
Ao lado do iPod da Maria Rita e da campanha do desarmamento, a maior polêmica das últimas semanas tem sido a proibição médica que TOLHEU Lucy e a impediu de falar por SETENTA E DUAS HORAS, de sexta-feira até o fim da noite de hoje, domingo. Motivo: laringite. E AGUDA. Meu sogro disse que eu era a alegria de qualquer marido, err, calada.
Enfim, não vejo a hora de voltar a ser aquela menina de cachinhos, serelepe, tagarela e paralelepípedo [ora, já que estamos falando de palavras que são trava-língua...], que joga bola, que planta bananeira, que canta beatles, assovia e chupa cana ao mesmo tempo. Péssimo ficar um dia em casa sem trabalhar. É o suficiente para eu perder a hora de acordar e ter que arrumar às pressas o meu cabelo estilo Elba Ramalho dos tempos de Morte e Vida Severina pra sair.
Oh, vocês não sabem como é difícil ficar sem falar e ser tida como MUDA pelos freqüentadores de um grande shopping. Uó.
Pro pessoal que não me conhece muito ter a dimensão do quanto sou paranóica e noiada, fiquei com medo de REALMENTE ter ficado muda para todo o sempre. Foi horrível. Procurei um médico na emergência, tava completamente afônica e sem conseguir realizar as pequenas incumbências do cotidiano, como não poder dizer pro topiqueiro de pochete ONDE eu ia descer.

- Mas você tem certeza de que tem problemas quando a médica levanta a sua cadeira no final da consulta e uma voz em seu interior cabeça te diz: "Lord Vader... Rise".
Enfim, eu sempre tive um quê de paranóica. Quando eu era menor, resolvi aprender a escrever e recortar com a mão esquerda também, pro caso de acontecer alguma coisa com a mão direita. Err... não me olhem assim, eu era apenas uma criança. Recortar é bem complicado. O que importa é que desenvolvi tendências ambidestras e trabalho igualmente com os dois hemisférios do cérebro, e isso me dá uma grande diferença evolutiva, guys.
E, ultimamente, tenho andado impressionada com as tais "reações adversas" dos remédios. Olha, não tomo mais nem remédio pra dor de cabeça. Contudo, como laringite não se cura com chás ou coisas naturais, tive que aceitar passivamente as drogas. Pros leitores terem uma noção, um deles causa "edema dos membros inferiores, hipertensão e PIROSE" [AHN? O que é PIROSE?!]. O outro proporciona "anorexia, raros relatos de descoloração da língua e insuficiência hepática, a qual raramente resultou em morte [...]". Que bom, que legal!
... ok, vamos fazer um trato. Se eu não postar novamente em 48 horas, chamem a policia, os bombeiros, os paramédicos, o SOS Criança, o Gianechinni suado.

- Lucy, Belíssima. Recebi seu bilhete, tô ligado 24h. Cheguei.
sing a song, carpenters [...]
E agora vocês perguntam onde estão os peitinhos moles e os beijos na parede mencionados no título do post dominical. Well, para a felicidade e deleite dos leitores, não se tratam de meros chamarizes de audiência.
Cara, é porque entrei num banheiro de um grande shopping essa semana e, céus, EU PRECISAVA POSTAR ISSO, flagrei o exato momento em que um grupo de riot girrrls beijava a parede do banheiro. Sim, BEIJAVAM. A visão do inferno.
Abre parênteseAntes de mais nada, tenho que explicar que as riot girrrrrls são aquelas garotinhas na fase dos quatorze anos que têm um fotolog irritante e miguxo com 52 fotos do piercing do umbigo e mais 76 fotos da mecha rosa que colocaram no cabelo, usam pulseira com tachinhas, ouvem Avril Lavigne e Pitty e algumas coçam o saco. Quando o Skank toca "É proibido fumar", no Ceará Music, elas completam com "Maconhaa!", e quando o Capital Inicial toca "Que país é esse?", elas completam com "É a porra do Brasil". Um saco, um saco.
Aliás, a nova música chatinha e politizada do show bizz nacional é a dos Titãs, o futuro White Stripes brasileiro. Deprimente. Branco Melo, aquela personalidade marcante, fica sentado no banquinho gritando "filha da puta". Um tédio. Ele vem se tornando mais inútil com o passar dos anos. O Paulo Miklos já percebeu que a coisa tá feia e anda tocando guitarra e fazendo novela.
Feita a digressão, continuo.
Fecha parêntesePois é, tavam BEIJANDO a parede, galera. Enfim, vi a origem das milhares de marcas de batom que decoram os azulejos de banheiros públicos mundo afora. Atire o primeiro gloss quem nunca se deparou com marca de batom na parede da faculdade ou nas portas dos banheiros. Pô, a secura deve tá é grande, pra póbi se submeter a beijar uma parede SUJA, IMUNDA, PÚBLICA e GRATUITA, por onde muitos outros lábios outrora devem ter roçado. Ught!!
As coitadas, mortas de tolhidas pela minha presença, saíram rapidinho. Ainda reparei que, em uma das marquinhas, tava escrito, com caneta, "Thaianny e Flávio". Pobre do Flávio. Trocado por uma parede vil.
Adoro observar essas coisas nos banheiros, tipo as mensagens deixadas na parte de dentro da porta das cabines. O máximo, às vezes rolam até diálogos, tipo "Sou lésbica, mas gosto de dar o meu c******, meu telefone é xxxx-xxxx" e outra pessoa chega e responde "Eu tb gosto, me liga. xxxx-xxxx" e uma terceira chega e manda todas elas pararem de putaria e irem rezar, e coisas amenas do tipo. Mas beijo no banheiro, afinal, é pra quê? Pra marcar território? Pra tirar o excesso do batom? Pra treinar? - Mas, ué, nas últimas Capricho que li, em 1995, eles ensinavam só os truques de aprender a beijar com uma maçã e o lance de tentar pegar o gelo no fundo do copo... Devo ser muito antiquada mesmo.
suzie q, creendence clearwater revival [...]

Antiquada sim. Fora da moda, jamais. Tanto que curto saias godês e evasês e acho um charme a moda do vestidão até o pé - com algumas restrições, lógico. Mas tenho que dizer aqui que uma tendência que jamais abraçarei será a dos peitinhos moles. O Peitinho Mole Wear vem dominando as ruas, as praças, os clubes, as praias. São aquelas roupas que dão ressaltam o efeito de, digamos, gravidade, nos peitos. Ora, come on, me digam desde quando isso é fashion. São aquelas batinhas sem sutiã, com costura abaixo do busto e estilo frente única que dão a ilusão [ou não] de seios caidinhos e separados. Muito feio, pessoal. Vejam a modelo à esquerda, chega tá com cara de triste. Se a pessoa tem peito grande, acabou pra ela. Se ela tem peito ovo frito, fica aquele monte de pano sobrando. Horror, horror.
E nesses lances de moda tem gente que realmente não se enxerga e acaba usando coisas que não têm nada a ver com a pessoa. Fica deslocado, que nem a galera que faz comercial de ótica, nunca usou óculos na vida e, na hora, a produção arruma uma armação que não tem nadíssima a ver com o rosto do sujeito... [aham, tô falando do comercial de uma ótica local, em que todos os modelos locais estão dançando um forró gato véi local com óculos completamente deslocados...]
Como se não bastasse o efeito nos seios, as novas batinhas do verão ainda dão a ilusão de GRAVIDEZ, né, vamos combinar. Não quero generalizar, mas a maioria do que está sendo vendido nessas grandes lojas "cai" nesse lance do Peitinho Mole Wear. Imagino o coitado do namorado saindo com a namorada que ostenta um visual de grávida com mamas flácidas. Tadinho, tadinho. Literalmente uma vítima da moda, né verdade. E chamar peitos de MAMAS também é super OUT, haha, vamos combinar.
Falarei aqui, de mulher pra mulher:
Sutiã, pra mim, é UP. Em todos os sentidos.
lonely is the night, air supply