trevas? misantropia? celebridades? intrigas? bas-fond? glamour? mal humor? profiteroles?
pergunte-me como.
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Nonsense. Último post do ano é isso aí - nothing to lose at all, né mesmo.
E dia 31 é, a rigor, dia da Corrida de São Silvestre. Ou seja, dia do papai se realizar narrando as ruas de São Paulo pra gente pelo 23º ano consecutivo. A tradição da família é assim: enquanto os atletas correm pelas mesmas ruas de Sampa, papai conta as mesmas velhas coisas que ele viveu lá há 15 anos, na frente do mesmo Masp, explica o que o Masp, como a Paulista é grande, vamos até a Consolação, você tem uma tia que mora na Consolação, dobra pra Ipiranga, olha a gente trabalhava ali perto e, olha!, olha!, você nasceu quase ali, no quarteirão de trás, eu sempre pegava metrô ali na Sé e metrô é o melhor meio de transporte, eu ia muito com a sua mãe alí no teatro, o clima lá nessa época é cruel, olha!, olha!, não tem vento pra mexer uma folha de árvore, o Masp, você lembra do Masp?... e, enquanto isso, ele vai aumentando, aumentando, AUMENTANDO o volume da tv. Deve ser pra gente ver melhor.
E papai faz assim, olha!, olha!, com a gente na estrada, no jogo de futebol, na praia, no filme...
Assim é toooodo ano.
Sinto que narrarei São Paulo pros meus netos.
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Curtas
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Não que eu seja maluca, mas nutro ódios sem motivos às vezes. Um exemplo aleatório: Marcos Pasquim. Nunca fui com a cara desse peludo e... Opa, descobri que o ódio não é exatamente sem motivo. O estranho é que eu não sinto o mesmo por Tony Ramos, apesar de ele ter um peitoral parecendo um tapetão de sala.
O que importa é que eu achava que não tinha cometido pecados tão graves a ponto de merecer Fernanda Lima novamente como protagonista e ainda por cima fazendo parzinho com Marcos Pasquim e seu detestável jeito de espertinho, valentão, bom coração e que ri de tudo. "Ré, ré, ré".
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Como vocês sabem, é fato que eu sempre tenho uma opinião tranqüila, ponderada e serena formada sobre tudo. Biquínis, bolsa de valores, a capa da Rolling Stone, a crise da aviação, filmes ou a importância da &%¨$##@& da tecla INSERT PARA O TECLADO, ARRUINANDO QUASE METADE DE UM TEXTO QUE EU TAVA DIGITANDO NA MAIOR PRESSA DO MUNDO.
- Nervosa, eu? MAGINA EU TÔ CALMÍSSIMA, CALMÍSSIMA.
[morde o travesseiro, sob controle]
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Notas Mentais para 2007.
Viajar, viajar.
Cultivar amizades.
Fazer uns fanzines.
Continuar postando.
Quintuplicar a coleção de dvds.
Aprender a cozinhar e a costurar.
Ser mais tolerante com o chocolate meio amargo.
Descobrir meu signo ascendente - já sei qualé a lua.
Chegar ao terceiro capítulo da dissertação com lucidez.
Comprar e ler aquele livro do Mario Vargas Llosa, o das travessuras da menina má.
Usar uma agenda menor, pra ter menos espaço pra anotar coisas e, consequentemente, ter menos coisas pra fazer.
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Diálogo nonsense pré-reveillon.
Amiga: Mulher, vou usar calcinha vermelha nesse ano.
Lucy: Cara. Mas tu não ia usar roupa branca?
Amiga: E vou mesmo, ora.
Lucy: Hum. Mas calcinha vermelha e roupa branca são, tipo, incompatíveis.
Amiga: É?
Lucy: É. Mas se tu decidir usar mesmo, me chama. Que aí eu vou preparada pra soltar a música da banheira do Gugu. "Roê, roê, roê, roê... Rumba Rumba Rumba Rê!"
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Diálogo anamariabragárico pré-reveillon.
Ana Maria: O ano de 2007 traz bons fluidos, babalorixá?
Babalorixá: Sim, sim. É um ano 7, representa uma série de mudanças.
Ana Maria: Mas... não seria um ano 9? 2 + 0 + 0 + 7 são NOVE.
Babalorixá: Ahn... É, sim, sim, claro. Mas, err... termina em 7. Enfim, o que importa é que é um ano ímpar. Ano ímpar sempre traz mudanças.
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Vi há uns dias na Veja que a rede mundial de bares e cassinos Hard Rock Cafe foi vendida por US$ 965 milhões para a tribo Seminole, da Flórida. "Atualmente, mais de 90% do orçamento da tribo provém das receitas de atividades relacionadas com o jogo", informa o Uol.
Hum, pois é. Nada não. Era só pra dizer que achei esquisita a notícia.
But the night belongs to rock lovers. Os Seminole são rock lovers. É o que importa.
[eu ia fazer algum trocadilho com INDIE rock, mas...]
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A verdade é que eu trabalho em revista de design de interiores, arquitetura e decoração. E escolhi o dia de hoje para torturar chinesamente os leitores assíduos com algumas peças bááááárbaras e perfeitas com que tenho contato quase que diariamente, nesse mundo de luxo, glamour e profiteroles que habito, juntamente com os ricos e famosos. Tá, eu também me torturo com essas coisinhas a que nossa classe social não tem acesso. Tenho pena do dia em que for montar minha própria casa. Porque eu vou querer um de cada, ó.
Primeiro, esse negocinho para colocar comida e água pro gatinho. Ok, eu não tenho gatos, mas isso não vem ao caso. Esse comedor é de total relevância.

Tá, eu também não fumo, mas esse cinzeiro laranja intenso com pés palito 50'S é indispensável.

Cool, coolzérrimo, esse tapete de código de barras.

Eu tenho uma fixação lacaniana por lugares estilosos pra colocar livros.




Vejam agora o conjunto de fruteira, saleiro e paliteiro em aço e linhas puras. Gente, isso é Milão, cês não tão entendendo.


Essa mesa etérea é surreal.

E as geladeiras, as geladeiras?

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A propósito, a.d.o.r.o a palavra "profiteroles", além de "babalorixás".
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E um ano novinho em folha, cheio de sorrisos e boas surpresas para todos nós.
- Oh, e eu adoooooro uma surpresa.
Quer dizer, menos o Gugu aqui em casa, tocando aquele maldito sininho estridente e fuçando na minha geladeira e nas minhas gavetas de roupas, naquele quadro que tinha no programa. Eu infarto, claro, só de pensar.
Desfaz-se neste momento a cadeia de blog, rádio e televisão.
pizzicato five, twiggy twiggy