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Lucy, 25. ruiva. míope. insone. prolixa. rock star. jornalista. paulistana. mochileira. aquariana. degustadora de capuccinos. gosta de inventar palavras. anda aprendendo a fazer silêncio. mãe do Elvis, o poodle de olhos verdes. exímia contadora de piadas de pontinho. dubla rock´n roll suicide, do david bowie. não quebra ovo, muito menos separa clara e gema. ama bolsas de paninho, livros, músicas, cinema e outras coisas belas. não toquem no meu queixo, não me chamem com diminutivos ou de "minha filha". sushis? panelada? dreads? perucas e fone de ouvido compartilhados? no, thanks. o primeiro bombom que pega na caixa sempre é o quadradinho - geralmente, o mundy avelã. and walks on the wild side [tu turu, tututu turu turu...]

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.passé composé



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29.6.07

.just think about

Honestamente, não agüento mais o cinismo do Renan Calheiros, o relaxa-e-goza da ministra do turismo, a cara de pastel do Presidente falando que os suecos não falam mal da Suécia e os brasileiros é que falam mal do País. Jô Soares, admito, falou algo inteligente ante-ontem. “Como é que um dinamarquês vai falar mal da Dinamarca? Oh, veja, Hans. Os tiroteios logo ali naquela favela adiante, na colina verdejante. Ainda bem que todos têm seguro-saúde aqui...”

Decidi não acompanhar mais o noticiário político, por enquanto.
- Isso é politicamente incorreto?

Estapeiem-se, passem noites insones, consultem a Bíblia, whatever... e respondam a mais esta instigante e silogística questão.
Rá.



.soccer

Escrevi o comecinho desse post no domingo. Troquei a parada gay local pelo jogão do São Paulo na tv, ó. Mulher moderna? Também. Mas é que se for pra escolher entre ficar suada e imprensada no meio de 500 mil pessoas e ver homens suados na tv jogando pelo meu time... Aiai, esse tricolor só me dá alegrias. Ah, e Richarlyson, te apóio. Tem que ser muito macho pra se assumir gay nesse meio.
Sem trocadilhos para “esse meio”, por favor.

Opa, ainda não assumiu oficialmente? Então abafa, bicha. Mal aê. Soube que, aliás, assumiram antes que ele assumisse, lá no programa do Milton Neves. Que mico, hein. Ninguém tava nem lembrando do Richarlyson e o cara do Palmeiras fala com a maior naturalidade do mundo: “Não, é porque o Richarlyson...”.
Milton deve ter ganho um bocado de dinheiro com o, err, digamos, furo jornalístico. Haha, eu tinha que usar uma expressão pouco apropriada, han. “A gafe homérica tem o oferecimento de Goodyear”. Well, well, well. Constrangimento geral.




- E “o senhor chutou O BALDE” foi a melhor piada pronta ever, ever.


Só lembrando que, se algum invejoso unir sãopaulinos e bambis na mesma frase nos comentários ou fizer insinuações engraçadinhas, vai se ver comigo. Aqui a gente não trabalha com democracia, valeu?
O Vampeta é quem se pendura nú e em riste na trave, e a gente é que leva a fama...
Come on.

.

E antes do post-post, deixa só eu comentar. Cês viram que cabelo HEDIONDO o do Ronaldinho? Cliquem na foto do Kaká e confiram.



Claro, foto do Kaká. Bem doida, que eu ir colocar foto do Ronaldo aqui.
No meu blog entra só gato de cinema, benhê.
Ah, se eu tivesse uma borracharia...



.sadomasoquismo musical

Sabem aquelas músicas dramáticas que a gente escuta de propósito, sabendo que iremos sofrer, sofrer e sofrer? Depois, fragilizados, fazemos besteira, telefonamos bêbados pra alguém ou escrevemos emails impensados e passionais? Aham, vi mó galera se identificando agora.

Há muitas canções como essas, que existem para nos recordar de momentos intensos – bons ou ruins – ou simplesmente para nos fazer chorar horrores, remetendo às nossas fraquezas mais secretas, a erros do passado, a sentimentos não-correspondidos, a sonhos não concretizados. Nossos segredos e lamentações mais recônditos, inconseqüentes e darks, sacam. Eu mesma tenho uma série de músicas que dão conta das minhas histórias e pisam nos meus maiores calos psicológicos e sentimentais, uma playlist super corta-pulsos e escondam-as-giletes-e-barbitúricos, que escuto vez por outra pra dar uma choradinha básica e me sentir, you know, alive. E não é uma lista previsível, tem muitas coisas que o povo não suspeita. Claro, não há forrós nem axés [sou cool até no meu sofrer] e, obviamente, é mais um item protegido por alto nível de sigilo – nota mental: mais uma coisa a apagar do meu HD, Elvis.

Ah, Elvis, se ainda há alguém no mundo que não saiba, é meu everlasting love. Um poodle de parar o trânsito, olhos verdes e tal.

Então. Assumam, reconheçam que possuem uma playlist deprê, tipo sorrow & pain. Todo mundo tem a sua e ninguém escuta Maria Bethânia assim, impunemente, pra ficar tipo super feliz e sair dando bom dia pras plantinhas do jardim.



O fato é que não pude me furtar ao deleite de encontrar e escutar a musa, a deusa, a subterrânea – Núbia Lafayette. Sim, she´s dead, mas venho há dias obcecada por suas contribuições, que são de vital importância para compreendermos o universo peculiar que abrange o mundo decadente da mulher submissa aos desígnios dos machos mais cachorros. No meu planetinha, atitudes de mulher Amélia fazem bem pouco sentido, certo. Mas tomem nota dessas letras. E, antes de tudo, esclareço: vocês bem sabem que eu sou uma feminista, mas hoje acordei assim, com vontade de quebrar paradigmas.
Núbia trata daquela filosofia do “ele bate em mim e me despreza, mas eu sei que no fundo isso é amor”. É o tipo de música inacreditável que, se não nos faz sofrer, ao menos nos deixa indignados. Tem como passar despercebido não. E se o nome disso não for catarse, não sei de mais nada.

Comecemos por “Coisa à toa”, onde ela canta:

Por qualquer coisa à-toa,
Ele me maltrata,
Me bate e me deixa
Por qualquer coisa à-toa,
Ele volta zangado,
E eu não tenho queixa.


Mas a melhor parte é:

E faz cara de asco,
Que me lembra o carrasco,
De um filme de horror
De repente faminto,
Me olha e eu me sinto
Perdida de amor.


Não, não, a parte mais legal meeesmo é essa, que contém todo o escopo do cafajeste-blasé. Ô espécie medonha. E “saciado” depois do amor é tudo – para acrescentar na galeria ao lado de “faminto” e “sedento”. Mas atenção quando ela faz a metáfora do “cãozinho a seus pés”. Ela só poderia estar brincando. Vai, digam que ela estava. Toma uma bifa do marido e fica toda gamadona, a chama da paixão super acesa, não é possível. Onde já se viu, alôou.

Com um gesto, me chama,
Me acarinha e me ama,
E eu me sinto mulher
E depois saciado,
Ele vira de lado,
Como quem não me quer
E eu igual a um cãozinho,
Vou dormir quietinho,
Enrolado a seus pés
Esquecida que há pouco,
Sem motivo este louco,
Só me deu pontapés.


Essa parte a seguir eu, inclusive, dramatizei em uma mesa de bar, diante até de desconhecidos. “Esse cara é meu mundo”. Uau. Acho que eu nunca havia me desprendido tanto de minhas convicções assim, em público.

Ele faz tudo isso,
Toma chá de sumiço,
Mas no fim me perdoa
Este cara é meu mundo,
Pois no fundo no fundo,
Sei que sou coisa à-toa.


Diante de tudo isso, ela ainda se proclama uma “coisa-à-toa” e diz que ele, aff, A PERDOA! Geeeente. Essa música, “Coisa à toa”, da mulher toda apaixonada e doente de amor, deve ser para o mesmo safado e tratante que mentia descaradamente pra ela. Sim, sim, eu sei de toda a verdade. MENTIA! Imaginem que ele dizia ficar preso no trabalho até tarde. Absurdo, não? Em “Casa e Comida”, Núbia fala do notório cinismo masculino.

É triste confessar, mas é preciso
Você não teve juízo em dizer que não me quis
Perdoa, meu amor, não sou fingida,
Não é só casa e comida que fazem a mulher feliz
Noites, quantas noites, eu passava
Por você abandonada, a chorar na solidão
E quando eu reclamava, você ria,
Me dizendo que ficava no escritório, no serão.


Puxa vida, viram? Só precisamos de um pouco de carinho e atenção, pois. E sabem como ela esperava o sujeito em casa? Toda arrumadinha, janta na mesa, tv já no canal do futebol. Puts. Na letra de “À maneira antiga” ela conta todos os preparativos, o licor feito por ela, a camisolinha rosa para parecer mais moça. Chega dá raiva, quando imaginamos o “meu marido, amante e rei” chegando sorridente e cansado depois de meia-noite em casa, o colarinho aberto, perfume barato de alguma ninfetinha vadia de beira de estrada, bafinho de bebida ordinária. Direto da esbórnia, aposto. Aí vira pro lado e dorme. Hunf! Ora, francamente. Vi isso na novela dia desses, é a mais pura realidade, Gilberto Braga não mente jamais. O palhaço do marido deu até uma GELADEIRA de presente pra esposa, daquelas que sai a água na porta, pra apagar a suspeita da infidelidade que rondava. Grr. Anotem, homens do meu Brasil: jamais, jamais dêem presentes domésticos para a esposa. Ítens domésticos são para a casa, a sanduicheira é de uso comum, o capuccino maker é de uso comum e por aí vai. Ora, bolas. Onde já se viu. Um fogão de aniversário. Que acinte.

Evocando a gentileza,
À maneira antiga,
E em seguida, vou abrir a cristaleira,
E servir um bom licor,
Do fruto da amoreira,
Que com carinho, eu mesma preparei
Pra agradar ao senhor homem,
Meu marido, amante e rei.

Eu vou vestir a minha roupa rosa,
A que me faz mais nova e me faz mais menina
Vou esperar quem amo no portão,
E lhe provar porque razão,
Sou a melhor amiga
E jamais vou exigir prova de amor
No entanto vou lhe dar
Quantas coisas precisar
Ele é mais homem e eu muito mais mulher
Cada vez que ele imagina
Que eu só faço o que ele quer.


Eu não sei de quem eu tenho mais raiva. Se dele ou dela. Se esse post tinha planos de ser uma análise isenta, fracassou total. Não consigo ser blasé diante dessas evidências. É muita sacanagem, pessoal. Já neste trecho de “Afinal”, nossa dama do bas-fond ensaia uma reação - super noir, claro - aos desmandos e abusos masculinos. Expulsa aquele cretino que tanto mal fazia, mas conforma-se que, ao colocar outro homem-cachorro em sua vida, ela estará entrando em nova enrascada, a inocente. Que sina. É como na piada do português, que vê a casca de banana adiante e diz: “Ora pois, lá vou eu tropeçar de novo, pá”.
Mas enfim, adoro um drama. Eu nem tomo cachaça, sabe. Mas confesso que não há absolutamente nada mais apropriado. Tô passé composé.

Tu zombaste eu me julguei infeliz me vendo sem teu calor
Sou feliz, bem longe de ti
E nem sequer lamento o que sofri
aquele meu tormento já teve fim
surgiu nova ilusão sim, para o meu coração.


Melancolia, escândalo, barraco, carmim, hematomas, roupas rasgadas, amores selvagens, homens canastrões, baforada de cigarro, conhaque em copo de geléia. Núbia é tudo isso e muito mais, trazendo à tona todo o mundo dark, veeeeery dark das paixões mais descabidas e opressoras que vocês já viram.
Em síntese, LAMA é um dos melhores e mais sintéticos títulos de música que vocês já devem ter visto. Hino, hino! A lifestyle, um conceito, um paradigma. Novamente, uma coisa cabeça-erguida, volta-por-cima, tal. Imagino ela puxando o cabelo do cara, dando-lhe uma surra, jogando o cinzeiro na parede e gritando “Salafrário!”. A vizinha do lado comentando: "Sempre soube, ele nunca me enganou com aquela cara de bom-moço". E depois rasga as cartas, as fotos e pica todas as roupas dele com tesoura antes de jogar tudo pela sacada do sexto andar, junto com o ipod e o celular da criatura, como é de praxe. [Perversa, eu? Magiiiiina. Sou só uma paladina a favor da justiça, tá.]

Hoje quem me difama
Viveu na lama também
Comendo da minha comida
Bebendo a mesma bebida
Respirando o mesmo ar
E hoje, por ciúme
Ou por despeito
Acha-se com o direito
De querer me humilhar
Quem és tu?
Quem foste tu?
Não és nada
Se na vida fui errada
Tu foste errado também
Se aos teus olhos estou morta
Pra mim morreste também


É, meu querido leitor emo. Se você pensava que “Why does it always rain on me?” era hino loser, tolinho, é porque não conhecia Núbia. Essa aí comeu o Thom Yorke e Johnny Cash com farofa e vinagrete, no quesito “depressão”. Vejam como ela aparece mais underground do que nunca em “Conformada”.

És tu que as brigas provocas,
E sempre a razão é tua
És tu que ainda me trocas,
Pelas mulheres da rua
E eu vivo assim conformada,
Sem nunca ter te traído
Vivendo como casada,
Casada sem ter marido.


Moooooora, bicha. E se passe.








.playlist

citadel, rolling stones
spellbinder, gabor szabo
fool that i am, kula shaker
all or nothing, the small faces
can’t nobody love you, the zombies
angels and whores, happy mondays
i know there’s an answer, beach boys
if the sun stopped shining, chubby checker
it takes a lot to laugh, it takes a train to cry, bob dylan
you don't know what love is (you just do as you’re told), white stripes



link | 10:04 | |

18.6.07

.apocalipse? só se for agora

Ligo a tv no Jornal do Meio Dia e vejo Felipão, do Forró Moral, saindo da sua Hilux com uma blusa dos ROLLING STONES. Ohh, o sincretismo. Ele começa a dançar passinhos desmantelados, com aquele chapéu desmantelado, em meio a seus amigos desmantelados. Falava de seu cotidiano desmantelado e do desmantelo dos processos de gravação de seus cds.

Atualizando: e hoje, no trabalho, o diagramador desmantelado atende o celular:
- ALÔRA.
E aí, pra se despedir, diz:
- FALÔRA.

Medo sempre, sempre.

...

Antes, eu tinha ligado a tv no programa da Ana Hickmann, bem na parte das fofocas. Conversavam sobre uma afirmação de Angelina Jolie, de que ela gostaria de ter de SETE a CATORZE filhos, adotivos OU NÃO, com Brad Pitt.
- Ela não pensa que esse monte de pirralhos vai se tornar adolescente?? Rá, tolinha.

...




Não fosse hoje o níver do Paul McCartney - lindo, lindo, lindo, afe! - eu estaria dando o dia como perdido, com tanto trabalho e com tanto mestrado pra dar conta. E eu conjugando o verbo 'procrastinar' sem parar, em todos os tempos, modos e flexões. Aliás, flexões não, que dá muito trabalho e cansa pacas.

Mas aí é assuntinho prum próximo post.



.playlist

coffee & tv, blur
such a chore, the victorian english gentlemen's club



link | 12:35 | |

16.6.07

Jaq, brigada pela imagem da Twiggy!
Tu gostou do composé com o laranja? ---->
:)



link | 13:09 | |

13.6.07

.quandoeutôalérgicaeuficoumabusosó



¨ Passé composé, eu. Eis que Fábio Assunção revelou hoje para uma Alessandra Negrini pasmada a artimanha das fotomontagens. Sim, Negrini, elas existem e já causaram inúumeras desavenças entre casais, esquentando a trama desde tempos imemoriais. Photoshop, mulher. O último grito. Então. Deslumbrada, ela acompanha a explicação de Fábio: "Nada nessa mão, nada na outra... Então, esse é o cenário do hotel. Essa é a imagem do casal. Veja agora ela sendo inserida...". Ohhhh. Volúvel, convencida, ela faz as pazes com ele. "Como fui tola! Infantil!"
Cara, imagine quando ele mostrar um IPod pra ela, daqueles que passam filminho. Puts, capaz de ela ter uma síncope, com tanta informação.
Se bem que eu casaria com o Fábio até se ele me mostrasse a fita cassete.
CassÉte, que fique bem claro pros engraçadinhos.


¨ Elvis. Além de arrastar o paninho para limpar o próprio xíxis - embora nem sempre seja o paninho correto, né. vez por outra é uma blusa, mas abafem o caso -, o prodígio do Elvis me mata de vontade de apertá-lo, uuuunf, quando ele faz aquela carinha de "Eu não sei o que você tá comendo, mas eu também quero". Ele é bem dizer uma ostra. Simplesmente uma usina de reciclagem. Por ele passam cimento, plástico, papel, areia, cream cracker, o que vier. Mas eu entendi coé a dele: bichinho quer participar da refeição, aí fica pedindo. Daí, eu coloco ração num potinho anexo ao meu prato e vou jogando como se fosse minha comida, pra ele ter a ilusão de um almoço em família. E qual a relevância dessa informação? Nenhuma, eu só acho lindo mesmo.


¨ Super-sincera. Dia desses, a Eliana-dedinhos [apelidos infames: amo] apresentava em seu programa dominical - provavelmente depois de algum quadro com golfinhos ou aquele biólogo falando curiosidades sobre iguanas - um desfile de vestidos de noiva. Sendo que eram vestidos horrendos, tipo noiva-odalisca, noiva-de-vermelho, noiva-de-juta [!!! Céus !!!], noiva de barriga de fora... Sabem aquelas coisas bem improváveis e feias? Tipo, experimentais? Nem a Björk usaria aquele de juta, era uma derrota. Se eu fosse um cara, eu jamais iria querer passar minha lua de mel com um saco de batatas da Ceasa. E Eliana-dedinhos repetia o tempo todo: "Que lindo!"
Vou riscar da minha lista de aptidões a de apresentadora de tv. Eu conseguiria esconder minha sinceridade por um tempo. Mas só por um tempo.



¨ Dou you believe in magic? Contei a vocês que fui num aniversário que tinha um mágico? Ei, foi hiper-legal, porque eram truques cara-a-cara, olho-no-olho, nada de caixas pretas com espelhos ou aparelhos complexos, serrotes, essas coisas. Era tudo na base do baralho. Lembrei que nunca fui amante dos circos, mas contra mágicos, nunca tive nada. Meu abuso era com o palhaço e o elefante. Tudo tão fedido, era como estar numa chácara, na parte dos bois, sendo que fechada numa lona quente e com cara de velha. Entendem o drama? Chegava a hora do elefante e eu já começava a chorar, desde pequena. Porque sabia que a primeira coisa que ele iria fazer seria um côquis bem grande. Daqueles que o povo carrega de carrinho de mão às pressas, antes que empesteie o lugar. Imagine o aroma do backstage, gente. Daí, quando eu descobri que o algodão-doce também era vendido em shoppings, foi a redenção e nunca mais precisei dos circos. Só se fosse o Du Soleil, com as músicas dos Beatles. Levarei meus pivetes ao circo, lógico, pra eles terem contato com os aromas do mundo real, cru, true.




¨ Quebram-se os tabus. Eu, que sempre tive uma gigantesca resistência à culinária local, quebrei um paradigma tempos atrás, graças aos amigos. Sim, após ter andado de pau de arara há uns quatro anos [tá, isso não vem ao caso, abafa também], finalmente provei o famoso feijão verde com natas, tão difundido por aqui. Disseram-me que o primeiro que provei é o melhor da cidade e eu realmente achei gostoso, confesso. Tinha requeijão, sabe. Slurp. Embora prefira pizza. Mas enfim, nada intragável - como o baião de dois - e nada mórbido – como as cabidelas, as paneladas e a grotesca buchada. Só lembrando que não é preconceito, não é frescura, é pura falta de costume, sei lá, mil coisas.
Aliás, a quebra de paradigmas me trouxe a bizarra recordação do dia em que minha ex-ex-sogra mandou matar um boi pra mim e eu quase chorei.
Te juro.
Ela, mentalidade do interior, achava que tava fazendo uma grande homenagem pra mim. Eu, mentalidade urbana e com uma inclinação "salvem-as-baleias", me choquei totalmente. Catatônica, eu. O pobre boi, friamente assassinado. E fixei a cena do coitadinho pendurado na árvore, pingando sangue. [pausa dramática] E mais: como eu não comi a tal panelada preparada com os restos mortais do pobre boi, me deram CARNE MOÍDA pra eu almoçar com arroz branco. Falta de noção, mas enfim, era a única coisa que tinha na hora. Ao menos era carne de um boi anônimo, que preferiu não se identificar.


¨ Corda pra se enforcar.
Lucy diz: ôu, menino, foi mal, tô aqui concentrada no beck.
Chien! diz: qual beck?
Lucy diz: comassim, me respeite. que beck. beck, o músico, óbvio.
Chien! diz: oura sim, mas qual deles: beck hansen ou jeff beck?
Lucy diz: ahn, o hansen... [shame]


¨ Curiosidade, só. Homens ainda têm medo de mulheres inteligentes no século XXI?




.playlist

save your day, josé gonzalez
timeless melodie, the la's
o plano mudou, wonkavision
break in case of anything, !!!
tangled up in blue, bob dylan
jeepers creepers, the puppini sisters
as long as the sun shines, their hearts were full of spring



link | 23:03 | |

12.6.07

.nota
ou: compro tempo, quem tem pra vender?


Cês sabem, mestrado não é coisinha pouca não. Ando muito, muito, muito ocupada com essas coisas, sem tempo sequer pra pensar no futuro que me aflige, sem tempo pra aprender a cozinhar, sem tempo de ver a minha liiiinda caixa do Poderoso Chefão que me dei de presente, sem tempo de ler a biografia perfeita do Bob Dylan que chegou hoje pelo correio, sem tempo pra quase nada, enfim. E, como estou mudando a linha editorial [han, han, pretensiosa!] desse blog aos poucos, vou inovar hoje também. Esse é um post com textos alheios, ambos muito bons, que tratam da temática que mais ouviremos no dia de hoje - l'amour, ohh, l'amour.

O primeiro texto é mais realista, enfim. Da Danuza. O segundo, não menos realista [sim, eu ainda acredito nisso. :}], é de um cara cuja escrita e sensibilidade admiro demais. Do Carpinejar. Homens, aprendam.

Enjoy, leitores assíduos.
Segurem a saudade da ruiva. Eu voltarei.
Jude Law, não quero flores de novo esse ano. Você sabe que sou alérgica.



#



Ser feliz no amor
Danuza Leão*



A paixão existe, para o bem e para o mal, e quando acontece é difícil evitar. O trágico é quando se confunde uma paixão com um dos 300 entusiasmos que se têm numa vida. Eu disse 300? Digamos 500, para as mais arrebatadas. E porque as mais e não os mais? Porque as mulheres se apaixonam muito mais do que os homens. Quantas histórias eu ouvi contar a respeito de amores mal resolvidos, traições, sofrimentos – todas escritas por mulheres. A maioria delas se queixando do homem, que não correspondeu com a mesma intensidade ou aprontou. Se esquecem de que a paixão não é um sentimento unilateral e só existe quando vivida a dois.

Voltando: por que as mulheres se apaixonam tanto? Um olhar mais demorado, um telefonema na hora certa, um aperto no braço, e lá estão elas, desvairadas, prontas para qualquer loucura – quando eles permitem, é claro. Homens odeiam responsabilidades e, quando são pressionados, costumam se sair com a frase clássica: “Mas eu nunca te prometi nada”. Prometeu, sim, só não disse as palavras – porque o amigo advogado avisou.

Antes de conseguirem o que mais querem – e todo mundo sabe o quê -, eles fazem de tudo (e as mulheres sabem desde os 3 anos de idade que quanto mais tempo demorarem para entrar no motel maiores são as chances de que a coisa dure). Eles dizem, olho no olho, que nunca sentiram nada de parecido por mulher alguma, e elas – nós, aliás – acreditam em tudo. Mesmo assim, costumamos pedir que jurem, o que eles fazem com a maior facilidade, e aí vamos aos píncaros da felicidade. Como, em momentos de tal gravidade, alguém seria capaz de mentir?

Se um homem quiser ter uma escrava a seus pés, basta que no dia seguinte à primeira transa mande flores dizendo, por escrito, tudo que ela gostaria de ouvir, que é apenas o de sempre. Só que ultimamente os homens têm verdadeiro pavor de ter uma mulher a seus pés, e o que costuma acontecer é desaparecerem no famoso dia seguinte para que não se caracterize nenhum vínculo. É dura a vida.

Por mais que os tempos tenham mudado, o objetivo supremo da maioria das mulheres é ser feliz no amor. Por mais bem-sucedidas que sejam na carreira, por maiores que sejam suas glórias pessoais, se for preciso escolher entre um príncipe encantado e o resto do mundo, elas hesitam. A culpa é dos filmes e romances que, durante séculos, terminaram com a frase “e foram felizes para sempre”. Tudo bem que a mulher mudou, mas ter uma carreira passou a ser importante sobretudo porque precisa se sustentar. Nunca se ouviu falar de alguma que, apaixonada, tenha dispensado o namorado para ir almoçar com uma amiga no shopping. Já eles fazem isso o tempo todo – ou você já ouviu falar de um homem normal que tenha deixado de ir ao futebol porque está apaixonado?

O coração dos homens bate diferente do das mulheres, é ilusão pensar que isso vai mudar. As mulheres lutaram para se emancipar e conquistar seus direitos, mas continuam sonhando com o amor; já os homens já nasceram emancipados, com todos os direitos, e não querem ouvir falar de amor. E assim fica difícil.

*Danuza Leão é cronista, autora de vários livros, entre os quais ‘Na Sala com Danuza-2’ (Arx) e ‘Quase Tudo’ (Cia. das Letras)

Claudia | maio de 2007: p.24




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Nada mais bonito do que um casal admirando-se
Fabrício Carpinejar**

Não vejo o amor sem a admiração. Admirar é desejar ser igual estando junto. Admirar-se.

Admirar a gentileza do homem jurando por Deus. Admirar sua lealdade com os amigos. Admirar seu jeito esforçado de assumir as contas. Admirar seu cuidado treinado com os idosos, cedendo assentos e lugares nas frases. Admirar os princípios herdados dos pais. Admirar sua masculinidade em sobrecarregar no abraço. Admirar seu riso infantil, sua ingenuidade no tropeço. Admirar sua vivacidade em brincar.
Admirar, admirar-se.

Admirar a conversa que tem com o filho sobre quem cuida de Deus. Admirar seu temperamento sereno em noites de chuva. Admirar sua inquietude para sair com o sol. Admirar sua concentração numa música nova. Admirar inclusive quando ele amarra os sapatos, debruçado como a água nas escadas. Admirar seu nervosismo nas provas, nos concursos, nos exames do trabalho. Admirar sua letra com ânsias de terminar. Admirar sua falta de jeito em dançar, compensada pela alegria de estar contigo. Admirar seu modo de transar, sua fixação por poltronas. Admirar quando ele interdita o dia para arrumar aparelhos quebrados. Admirar o perfeccionismo que o impede de ser totalmente seu. Admirar quando ele dorme no meio do filme e finge que assistia. Admirar suas mentiras encabuladas.
Admirar, admirar-se.

Admirar sua disposição em ser mais velho no medo e ser mais novo no aniversário. Admirar suas meias sem par na gaveta, suas fotos esquecidas de datas, seus recados de telefone faltando números. Admirar sua capacidade em desmemoriar compromissos. Admirar ao circular o sabão nos seios como se fosse uma vidraça. Admirar seu talento em provocar amizades no trem ou na rua, pouco preocupado em se preservar. Admirar quando urra desaforos no estádio, logo ele tão civilizado, tão cordato na família. Admirar quando chora e não se enxerga lágrimas, um choro de soluços, recalcado. Admirar sua vocação para pegar a joaninha da gola e a pôr novamente na grama. Admirar como disfarça que perdeu um botão abrindo as mangas ou o zíper quebrado colocando a camisa para fora. Admirar suas palavras de amor, incompreensíveis, mas terrivelmente musicais, e dizer 'não entendi', para escutar outra vez. Admirar suas calças apertadas, justas como minhas pernas nas dele na cama. Admirar sua respiração pesarosa com o luto. Admirar sua caça de baratas voadoras pela sala e perceber que ele tem mais pavor do que eu. Admirar quando gosta de um livro e me conta tudo como se eu nunca fosse ler. Admirar quando fica bêbado e se enrola no cobertor do meu casaco, desculpando-se por aquilo que ainda não fez. Admirar seus roubos nos tabuleiros de criança. Admirar sua dificuldade em se livrar dos pijamas gastos. Admirar sua barba por fazer em minhas coxas. Admirar quando me busca antes de pedir.

Pode-se admirar um homem sem amá-lo. Mas não amar um homem sem admirá-lo.


**Fabrício Carpinejar é escritor. Seu blog é http://www.fabriciocarpinejar.blogger.com.br/

P.S.: Quadro bonito demais, esse do Klimt.







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deixe-se acreditar, mombojó
little cream soda, white stripes
você vai me destruir, vanessa da mata
ballade at the thirty-five, carla bruni
bei mir bist du schon, the puppini sisters
je t´aime (moi non plus), jane birkin & serge gainsbourg



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